Escrevendo

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Escrevendo

Escrevendo...

Chegando nos finalmente do meu romance, ainda preciso decidir o nome... realmente.

Allen terá problemas em breve...
 E a mudança está bem próxima!


Daniela

A primeira vista (Trecho do livro)

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A primeira vista (Trecho do livro)


VALENTINA

Continuei acompanhando o avanço da multidão, até que senti uma pequena fisgada em minha cabeça.  Não era incomum esse tipo de dor me assolar e tinha apenas dois motivos. Um era a iminente Tpm, já proclamando uma menstruação daquelas. Ou as dores comuns de minha infância, que me atacam as vezes em maior ou menor grau, sem data ou hora marcada e sem explicação aparente. Como eu tinha certeza de que não era a primeira, respirei fundo, tentando me concentrar em algo que não tivesse relação com a dor, usando as entranhas para expulsar a sensação ruim de meu corpo. Ajeitei a peruca barata em minha cabeça e esvaziei meu copo tentando ignorar a dor que começava a latejar meus nervos, e um zumbido ecoar em meus ouvidos.
Mas nem sempre funcionava e hoje pelo visto seria um dia daqueles. Tentei vegetar novamente de olho a multidão até que algo chamou a minha atenção completamente e me anestesiou da dor e de qualquer sensação ruim que pulsava em minhas veias. Me senti completamente drenada pela figura que eu via.
Um rapaz se movia com languidez pela multidão, e não encostava em nenhum deles, como se pudesse mover os outros pela sua vontade, eu notei seu cabelo escuro solto em volto do rosto misterioso. Ele era notável, mas ninguém parecia notá-lo. O rosto sério, focado em algo, completamente a parte ao ambiente que ele atravessava...
Algo com a minha própria voz sussurrava em meus ouvidos, algo desconhecido que movia meu corpo contra os meus pensamentos ou a minha vontade, algo escapou de minha mão e se espatifou ao chão enquanto eu corria em direção a força que me atraia e que eu precisava possuir. 



Memórias turvas - parte 1

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Memórias turvas - parte 1





A sua voz soava conhecida enquanto cantava a bela melodia que me enfeitiçava, eu estava presa nos olhos dele, olhos de um azul vibrante, um pouco brilhante como qualquer um de nossa espécie, mas aqueles olhos eram de alguma forma, familiares. Um estranho conhecido.
A maneira que ele me fitava do palco me perturbou e de alguma forma eu sentia que o conhecia.
Ao fim da canção o misterioso vampiro, escolheu uma mesa e sentou-se tranquilamente. Eu ainda o observava do bar, ainda curiosa, atraída a me aproximar. Ele encontrou meus olhos e sorriu, como se encará-lo não o  surpreendesse.
Um sorriso altivo, exibindo dentes perigosos, uma boca... linda e cruel de certa forma, era como se fosse previsível a ideia que me rodeava enquanto eu observava sua beleza. Longos e cheios cabelos escuros quase negros, a pele pálida e perfeita, traços belos e marcantes.... Eu convivia com vampiros a algum tempo e todos são sempre sedutores e atraentes, mas ele, mesmo aquela distancia era o mais belo da minha espécie que eu já havia colocado os olhos.
Saí do meu lugar e me dirigi a mesa em que ele estava, de alguma forma eu era atraída para aquilo sem ao menos entender o porquê. O jeito que ele me olhou me provocava um fremir estranho em meu corpo e uma atração incomum.
O vampiro afastou a cadeira para mim, permitindo que eu o acompanhasse.
Ele parecia a cada segundo mais familiar para mim, como se meu corpo de alguma forma conhecesse cada traço daquele rosto, a textura daquela pele... em como seria o toque de seus cabelos em meus dedos...
- Nos conhecemos? – perguntei, e mais uma vez ele abriu aquele sorriso familiar. Sua mão estava a altura do meu rosto e ele segurava entre os dedos um objeto de plástico que parecia ser uma paleta, tinha mãos grandes, dedos longos.
- Me diga você. – Sua voz era bonita, sedutora, cadenciada. E de alguma forma pareceu que meu interior se contraía mais diante dela.
Era estranho demais...


Continua...

Desesperança

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Desesperança


A vida se esvaia do meu corpo, a cada batida lenta do meu coração. Aqueles olhos presos em meu rosto contorcido, a dor que eu era submetido. O desespero descrito em suas lágrimas em seus lamentos. Eu entendia o que via ali. Rendição, desesperança em mudar o destino. Tudo que acontecera havia sido minimamente planejado. Ela sabia, ela sofria. A perda, o medo por mim, por ela e aquilo que tínhamos de mais precioso. 

Eu queria lutar... me sacrificar, mas a medida que os segundos passavam tudo se tornava mais lento, mais penoso... meu corpo queimava com a falta daquilo que me dava vida. Minha consciência se trancando, se fechando perdendo completamente a sensibilidade do mundo externo, enquanto eu olhava aquele rosto.
Olhos verdes penetrantes...
Olhos borrados de sangue.

Daniela França © Todos os direitos reservados. 2012. Imagens de tema por sndr. Tecnologia do Blogger.