A sua voz soava conhecida
enquanto cantava a bela melodia que me enfeitiçava, eu estava presa nos olhos
dele, olhos de um azul vibrante, um pouco brilhante como qualquer um de nossa
espécie, mas aqueles olhos eram de alguma forma, familiares. Um estranho
conhecido.
A maneira que ele me fitava do
palco me perturbou e de alguma forma eu sentia que o conhecia.
Ao fim da canção o misterioso
vampiro, escolheu uma mesa e sentou-se tranquilamente. Eu ainda o observava do
bar, ainda curiosa, atraída a me aproximar. Ele encontrou meus olhos e
sorriu, como se encará-lo não o surpreendesse.
Um sorriso altivo,
exibindo dentes perigosos, uma boca... linda e cruel de certa forma, era como
se fosse previsível a ideia que me rodeava enquanto eu observava sua beleza. Longos
e cheios cabelos escuros quase negros, a pele pálida e perfeita, traços belos e
marcantes.... Eu convivia com vampiros a algum tempo e todos são sempre
sedutores e atraentes, mas ele, mesmo aquela distancia era o mais belo da minha
espécie que eu já havia colocado os olhos.
Saí do meu lugar e me dirigi a
mesa em que ele estava, de alguma forma eu era atraída para aquilo sem ao menos
entender o porquê. O jeito que ele me olhou me provocava um fremir estranho em
meu corpo e uma atração incomum.
O vampiro afastou a cadeira para mim,
permitindo que eu o acompanhasse.
Ele parecia a cada segundo mais
familiar para mim, como se meu corpo de alguma forma conhecesse cada traço
daquele rosto, a textura daquela pele... em como seria o toque de seus cabelos
em meus dedos...
- Nos conhecemos? – perguntei, e
mais uma vez ele abriu aquele sorriso familiar. Sua mão estava a altura do meu
rosto e ele segurava entre os dedos um objeto de plástico que parecia ser uma
paleta, tinha mãos grandes, dedos longos.
- Me diga você. – Sua voz era
bonita, sedutora, cadenciada. E de alguma forma pareceu que meu interior se
contraía mais diante dela.
Era estranho demais...
Continua...